Quatro gigantes da indústria automotiva — General Motors, Volkswagen, Toyota e Stellantis — enviaram uma carta conjunta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrando preocupação com os possíveis incentivos fiscais do governo para carros chineses montados no Brasil.
O principal ponto de tensão gira em torno da montagem de veículos em regime SKD (semidesmontados) e CKD (completamente desmontados), com componentes importados da China, que estariam prestes a receber benefícios tributários.
O que está em jogo?
As montadoras já consolidadas no Brasil argumentam que o estímulo à montagem de carros com peças majoritariamente importadas:
- Fere a competitividade da indústria nacional, que investe em produção local e gera milhares de empregos diretos e indiretos;
- Pode criar um cenário de concorrência desleal, uma vez que fabricantes chineses teriam vantagens no custo final;
- Enfraquece a cadeia produtiva nacional, afetando desde fornecedores até centros de engenharia e tecnologia.
O avanço chinês no setor automotivo
Nos últimos anos, marcas chinesas como BYD, GWM (Great Wall Motors), Chery, entre outras, vêm ganhando espaço no mercado brasileiro — especialmente com veículos elétricos e híbridos a preços mais acessíveis.
Além disso, fábricas estão sendo construídas ou adaptadas para montar veículos no Brasil, usando o regime CKD/SKD. Ou seja, os carros chegam desmontados, são montados em solo nacional e, com isso, podem usufruir de benefícios fiscais, se aprovados.
A visão do governo
A possível política de incentivo estaria alinhada com o plano de descarbonização da frota, estimulando a eletrificação dos veículos e a redução de emissões.
No entanto, as montadoras já instaladas alertam que essa estratégia não pode ignorar a sustentabilidade da indústria brasileira.
Conclusão
O impasse revela um desafio estratégico para o Brasil:
Como incentivar a transição energética e a concorrência saudável sem prejudicar a indústria local?
Enquanto isso, consumidores e empresários do setor devem ficar atentos às movimentações do governo e do mercado, pois essas decisões impactam diretamente os preços, empregos e a evolução tecnológica do setor automotivo nacional.
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(Fonte: Quatro Rodas – Notícias)